quarta-feira, 7 de novembro de 2007


  • Ecos da Revolução Francesa em Portugal

    Crise em França no final do séc. XVIII

    No século XVIII os reis governavam como senhores absolutos em todos os reinos da Europa. (absolutismo - rei tinha todos os poderes, não precisava de convocar cortes pois não queria saber da opinião dos outros membros das ordens sociais, decidia sozinho e fazia o que queria sem dar contas a ninguém, em suma, os reis tinham todos os poderes e todos os grupos sociais lhes deviam obediência). Contudo, o clero e a nobreza eram poderosos e ricos, enquanto a maioria do povo era muito pobre.

    No final do século, em França, viveu-se um tempo de grandes dificuldades:
    · Maus anos agrícolas sucessivos causaram fome e aumentaram a pobreza do povo;
    · A diminuição da produção levou ao encerramento de manufacturas (produzir com trabalho manual) e ao desemprego;
    · A consciência da injustiça e de desigualdade acentuou-se devido ao luxo da corte e da nobreza, em contraste com a pobreza de grande parte do povo.

    AS IDEIAS LIBERAIS
    Homens de espírito revolucionário (grande renovador, inovador, que quer a mudança) defendiam, na imprensa, nos cafés e nas tabernas, que os homens foram criados iguais e todos deviam ter direito à liberdade e à felicidade. Estes Homens tinham “novas ideias”. Defendiam que todos os cidadãos eram iguais perante a lei, isto é, todos tinham os mesmos direitos e deveres. E consideravam que a liberdade era um direito de qualquer pessoa. As ideias resultantes da Revolução Francesa — Liberdade, Igualdade, Fraternidade – espalharam-se rapidamente por toda a Europa, ameaçando os monarcas absolutos.
    Os revolucionários lutavam pelo fim dos privilégios da nobreza e do clero, pelo fim da monarquia absoluta e pelos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Por isso proclamam-se novos Direitos do Homem e do Cidadão.
  • A Revolução Francesa
    A crise, associada às novas ideias, provocou em 1789 uma das mais importantes revoluções da História. O rei Luís XVI e sua mulher, a rainha Maria Antonieta, foram mortos na guilhotina (guilhotina consistia numa estrutura de madeira com uma lâmina afiada no topo que, ao cair, cortava a cabeça das vítimas). Morreram também milhares de nobres e membros da igreja e até muitos revolucionários. Os revolucionários franceses, na sua maioria burgueses e gente do povo, revoltaram-se contra os poderes absolutos do seu rei e contra os pesados impostos e obrigações que lhes eram exigidos pela nobreza e pelo clero.

    As leis da monarquia absoluta foram substituídas por uma Constituição. O poder de governar passou a pertencer à Nação, que se fez responder por deputados eleitos por meio de voto. Os poderes legislativo, executivo e judicial passaram a pertencer a órgãos diferentes.

  • Novas ideias políticas da Revolução Francesa:

Fim do poder absoluto do rei;

Liberdade;

Lei igual para todos os grupos sociais.

NOTÍCIAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA CHEGAM A PORTUGAL...
As notícias da Revolução Francesa chegaram a Portugal através de embaixadores, causando espanto e medo.
Em Fevereiro de 1793, a rainha D. Maria I ordenou que se fizesse luto durante quinze dias pela morte dos reis de França.
A Revolução Francesa pôs em perigo outras monarquias absolutas na Europa. E alguns reis absolutistas, ao sentirem-se ameaçados, reagiram e declararam guerra à França. No comando das tropas franceses notabilizou-se um militar ambicioso chamado Napoleão Bonaparte, que depois de sucessivas vitórias, foi coroado imperador. O sonho de Napoleão Bonaparte, era conquistar toda a Europa e governá-la como um império. Esta onda de vitórias terminou na célebre batalha de Trafalgar (1805). A armada inglesa, sob o comando do almirante Nelson, derrotou a armada francesa. Apesar deste fracasso, Napoleão conseguiu algumas vitórias sobre outros reinos do continente – Áustria, Rússia e Prússia.

PORTUGAL E O BLOQUEIO CONTINENTAL
Napoleão, não conseguindo vencer pelas armas a Inglaterra, decretou o Bloqueio Continental em 21 de Novembro de 1806, para arruinar a marinha e o comércio da Inglaterra.
Segundo o Bloqueio Continental, os reinos da Europa deviam fechar os seus portos aos navios ingleses, impedindo-os, assim, de comercializar com os reinos da Europa.
Esta medida colocou Portugal numa situação bastante difícil: se Portugal cumprisse o bloqueio, colocaria em risco a velha aliança de comércio existente com a Inglaterra, que poderia mesmo atacar as nossas colónias; se insistisse em manter os portos abertos aos navios ingleses, os franceses e os espanhóis invadiriam o nosso reino.
Portugal decidiu não cumprir o Bloqueio Continental. A Inglaterra, para apoiar Portugal, enviou de imediato uma esquadra que fundeou ao largo de Lisboa.


1 comentário:

Ana Cristina disse...
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