quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


A Máquina a vapor


Em 1698 Thomas Savery inventou a primeira máquina movida a vapor, sendo mais tarde, em 1712, aperfeiçoada por Thomas Newcomen. A máquina a vapor foi a alavanca da revolução industrial: a energia a vapor substitui a força humana, a força animal e a energia hidráulica e eólica, até então usadas para movimentar as máquinas.


Vê como a máquina funciona em:
http://turma.sapo.pt/Xz4134/636516.html

sábado, 1 de dezembro de 2007

UM TRONO PARA DOIS IRMÃOS

D. João VI governou de acordo com a Constituição de 1822. Contudo, alguns nobres e membros do clero acharam que, com a Constituição, tinham perdido privilégios e queriam voltar ao tempo em que o rei tinha poder absoluto.
Formaram um grupo político a que se deu o nome de absolutismo. Chefiados por D. Miguel, segundo filho do rei D. João VI começaram a manifestar-se de uma forma violenta contra os liberais, defensores da monarquia constitucional ou liberal.
Quando em Março de 1826 chegou a notícia da morte de D. João VI, surgiu o problema da sucessão do trono de Portugal. Tornava-se impossível governar longe do Brasil. Então D. Pedro IV resolveu a situação abdicando do trono do direito à coroa de Portugal em favor da sua filha D. Maria II que tinha apenas sete anos de idade. D. Miguel casaria com D. Maria II e ficaria a governar como regente (mas de acordo com as leis liberais) e casaria com D. Maria da Glória (D: Maria II) logo que ela atingisse a maioridade.
D. Miguel começou por aceitar as condições de D. Pedro, mas em 1828 dissolveu as Cortes Liberais e fez-se aclamar rei absoluto.
D. Miguel começou por aceitar as condições de D. Pedro, mas em 1828, dissolveu as Cortes liberais e fez-se aclamar rei absoluto.
Nesta altura existiam em Portugal dois grupos rivais que se confrontavam:
- os liberais, na sua maioria burgueses (comerciantes, proprietários, juízes, médicos, advogados), que defendiam a monarquia liberal;
- os absolutistas, na sua maioria nobres e elementos do clero, que, chefiados por D. Miguel, pretendiam voltar a impor a monarquia absoluta.
Começou nesta altura (em que D. Miguel governava de forma absolutista) uma época de terror para os liberais. Muitos foram perseguidos violentemente. Alguns foram feitos prisioneiros e mortos, outros fugiram para o estrangeiro ou para os Açores, onde se formou um núcleo liberal de resistência.
Texto 1 - Sempre liberal
A única cidade portuguesa que se manteve sempre liberal foi Angra, capital da ilha Terceira nos Açores. Certo dia, chegou um navio com notícias assustadoras: uma armada ao serviço de D. Miguel já dominava a Madeira e preparava-se para invadir e dominar também os Açores...
O governador militar de Angra reuniu as tropas e disse-lhes:
"Soldados! Não quero iludir-vos. A ilha da Madeira rendeu-se s D. Miguel. Eu não me rendo e quero saber se estais dispostos a resistir. Tendes em mim um comandante que quer dar a vida por D. Pedro e pelas ideias liberais. Os que quiserem ficar comigo permaneçam onde estão. Os que são de opinião contrária saiam à vontade. [...]"
Ninguém saiu. Juntos preparam-se para o pior... Tal como fora anunciado, houve um desembarque de tropas fiéis a D. Miguel na Vila da Praia. Tiros de canhão atroaram os ares, morreu muita gente de um lado e de outro, mas a vitória dos liberais foi decisiva. Praia passou a chamar-se Praia da Vitória. A cidade de Angra viu o seu nome acrescentado para Angra do Heroísmo em memória dos que assim lutaram pela liberdade.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Um Trono para Dois Irmãos (adaptado)
A situação em Portugal tornou-se tão grave que, em 1831, D. Pedro IV abdicou do trono do Brasil e veio para a Europa. Organizou um exército na ilha Terceira que, em 1832, desembarcou próximo do Porto, onde foi bem acolhido. Em resposta, as tropas miguelistas cercaram esta cidade. Assim começou a guerra civil entre absolutistas e liberais.
Para criar outra frente, os liberais enviaram, em 1833, uma pequena esquadra ao Algarve. Daqui atravessaram todo o Alentejo e ocuparam Lisboa sem encontrar resistência.
Em 1834, marchando para sul com o seu exército, D. Miguel foi derrotado na batalha de Almoster e Asseiceira. Foi, então obrigado a assinar a paz - Convenção de Évora-Monte - e procurar exílio no estrangeiro. A monarquia liberal ou constitucional saiu vitoriosa e passará a ser essa a forma de governo em Portugal, até 1910.
Portanto, entre 1832 e 1834, os portugueses travaram uma guerra civil - lutaram entre si em campos opostos: de um lado os liberais, do outro os absolutistas ou miguelistas.
No ano de 1834, morre D. Pedro IV e o trono de Portugal fica entregue a sua filha, D. Maria II.
Texto 2 - Os custos de uma guerra civil
É bom não esquecer que esta guerra teve a particularidade de ser uma guerra civil, ou seja, opôs um grupo de portugueses a outro grupo de portugueses só porque tinham ideias diferentes.
Sendo assim, no lado de lá do campo de batalha não estavam desconhecidos. Estavam irmãos, primos, amigos de infância. Na hora de combate disparavam-se armas, mas com que aperto no coração...
Pensa e responde:
1. Por que razão esta guerra era particularmente cruel?
2. O que é uma guerra civil?
3. Explica como o título da obra "Um trono para dois irmãos" está bem adequado a este período da História de Portugal.
Podes também consultar na Net: